07 de setembro – 09 de dezembro
Pavilhão da Bienal – Parque do
Ibirapuera – São Paulo - SP
A 30ª Bienal
de São Paulo – A iminência das poéticas
tem lugar, segundo sua curadoria, sob a força do significado de duas palavras:
iminência e constelação.
Iminência - ou
aquilo que está prestes a acontecer – é como o curador Luis Pérez-Oramas define
o estar-se perante a obra de arte, o instante da relação entre o sujeito que
está diante da obra e o devir da obra mesma em fato artístico.
Constelação –
um grupo estelar unido por uma linha imaginária – é a forma que oferece unidade
artística e conceitual a seu conjunto de cerca de 3 mil obras de 111 artistas
de mais de 30 países.
Cada artista é
exibido em sala dedicada a seus trabalhos, formando um labirinto a ser percorrido
por todo o edifício. Foram selecionados não a partir de um tema que orientasse
a mostra, mas de motivos, que funcionassem como aglutinadores e que propusessem
questões, a fim de estabelecer não um discurso, mas uma estratégia discursiva.
A
constelação de obras desta edição não se restringe ao pavilhão de Oscar
Niemeyer, mas estende-se pela capital paulista, ocupando outros espaços como,
por exemplo, a Capela do Morumbi – edificação restaurada a partir de ruínas de
taipa de pilão na antiga Fazenda do Morumbi – e a Casa de Vidro – residência de
Lina Bo e Pietro Maria Bardi.
Tem
como destaque a obra de Arthur Bispo do Rosário, a quem é dedicada sala especial,
com cerca de 300 peças, sob a curadoria de Wilson Lázaro.
Chama
a atenção, ainda, sua identidade visual, que se utilizará de 30 cartazes
criados por 30 diferentes autores, a partir de outros conceitos estabelecidos
para a mostra, tais como multiplicidade, alterformação, sobreviência e deriva.
Assim,
a esta Bienal, pode-se acrescentar uma palavra mais: contingência – ou aquilo que
é possível, contudo, incerto –, uma vez que, pela escolha dos termos que a
orientam, afasta de si qualquer referência a certezas e opta por apresentar-se publicamente
em forma de indagação sobre o mundo dos homens e das artes, ainda que sua
existência dê-se sob a necessidade do fazer artístico.