sexta-feira, 21 de setembro de 2012

BESPHOTO 2012

BESPHOTO 2012
Estação Pinacoteca
São Paulo

A exposição BESPHOTO 2012, na Estação Pinacoteca, em São Paulo, apresenta cerca de 50 trabalhos, de Mauro Pinto (Moçambique), Duarte Amaral Netto (Portugal), Rosângela Rennó (Brasil) e Cia de Foto (Brasil).

A mostra resulta da 8ª edição do prêmio BESPHOTO, originalmente ocorrida no Museu Coleção Berardo, Portugal. O vencedor, Mauro Pinto, com a série Dá Licença, retrata o interior de residências do bairro da Mafalala, em Maputo, Moçambique. Em suas palavras, o projeto é uma “certidão de nascimento narrativa, pessoal e coletiva. É uma árvore genealógica descrita nestes móveis, nesta luz, nestas bugigangas, pertencentes a estes negros, mestiços, emigrantes, imigrados, resistentes”. Para o júri, a escolha deveu-se à entrega do artista à realidade dos espaços retratados e por sua perspectiva histórica e sociológica da vida contemporânea moçambicana.

A Cia de Foto, formada por Pio Figueiroa, Rafael Jacinto, João Kehl e Carol Lopes, exibe a série Agora, que, diferente do que se espera de obras fotográficas, nas quais a luz é foco, deixa à sua falta, ao ambiente escuro e crepuscular a composição das cenas, em que luz e cor surgem em frestas ou detalhes.

A escuridão também se insinua na série Lanterna Mágica de Rosângela Rennó, que manualmente sobre-expõe as imagens a uma fonte de luz que acaba por recobrir a paisagem com figuras circulares escuras, numa espécie de buraco negro ou véu.

Duarte Amaral destaca-se pela qualidade conceitual da exposição The Polish Club Case (Lisboa), em que, com fotos de época, descreve os trabalhos, o cotidiano e a fuga da personagem Z - médico de danos da face - da Alemanha para Portugal, no início da II Guerra.

O fio que conduz a exposição parece ser a ação de trazer à luz, desvelar aquilo que se esconde nas sombras, seja nos trabalhos em que luz e sombra compõem a dança fotográfica, como nos da Cia de Foto ou de Rosângela Rennó, seja na revelação de Mauro Pinto das casas moçambicanas, que surgem, uma a uma, de dentro das caixas pretas montadas pela expografia, ou pela narrativa de uma história em que o cotidiano de jovens médicos confunde-se com o horror da guerra.

Resenha in DasArtes



divulgação
"Dá Licença" Mauro Pinto, vencedor desta edição

Performances da abstração

Galeria Lucina Brito
Performances da abstração
De 09 de maio a 30 de junho

Performances da abstração, com curadoria de Rina Carvajal e exibição de 15 artistas, expande as noções de arte abstrata e relaciona suas práticas atuais ao neoconcretismo brasileiro, pela escolha de trabalhos que promovem a ligação entre obra e realidade vivida, reconhecem a arte como ambiente da política, fazem uso de materiais precários e vinculam obra e memória.

Ernst Caramelle e Carlos Bunga reconfiguram o espaço da experiência, no qual a pintura, diretamente sobre as paredes, de um ou os labirintos de outro transfiguram a galeria, remodelando-a, num redirecionamento distante da assepsia do cubo branco.

Em “Malhas da liberdade”, de Cildo Meireles, é a abstração como local político que se explicita ao materializar o duo liberdade e cerceamento.

O lirismo e a fragilidade de suportes precários têm como exemplo “Focus”, de Zilvinas Kempinas, em que um ventilador anima um círculo de fita magnética, e a sala dedicada a Hreinn Fridfinnsson, na qual a poesia emotiva das peças ultrapassa a banalidade dos materiais.

Com ênfase no registro e memória, os desenhos teatrais de Trisha Brown guardam os vestígios do corpo da artista, denunciando a ação performática e revelando a tensão entre a abstração e a figuração que se insinua.  Em “Images whith their Own Shadows”, David Maljkovic narra os percursos da obra, por meio dos idealismos do modernismo periférico dos anos 1950 e suas projeções para o futuro.

A mostra fica em cartaz na galeria Luciana Brito, em São Paulo, até 30 de junho.
 
Resenha in DasArtes



Zilvinas Kempinas

(1969, Lituânia)
 


Trisha Brown

(1936, EUA)
 


Tobias Putrih

(1972, Eslovênia)
 


Mario García Torres

(1975, México)
 


Marine Hugonnier

(1969, França)
 


Hreinn Fridfinnsson

(1943, Islândia)
 


Fernanda Gomes

(1960, Brasil)
 


Falke Pisano

(1978, Holanda)
 


Ernst Caramelle

(1952, Áustria)
 


David Maljcovic

(1973, Croácia)
 


Cildo Meireles

(1948, Brasil) Coleção Luisa Strina
 


Bojan Sarcevic

(1974 Sérvia)
 


Armando Andrade Tudela

(1975 Peru)
 


Panorama da Galeria 2 - Falke Pisano
        


Panorama Mezanino - Hreinn Fridfinnsson



Carlos Bunga

(1976 Portugal)
 


Panorama Galeria I

Imagens site Luciana Brito Galeria
lucianabritogaleria.com.br